EXORDIUM - MEMORIAL DE HOMENAGEM NO REGIMENTO DE PARAQUEDISTAS
Exordium - princípio, origem: da esquerda, Coronel Santos Costa, Capitão Martins Videira, Brigadeiro Heitor Almendra, Capitão Mário Robalo, Tenente-Coronel Kaúlza de Arriaga. |
A
presente obra perpétua às geradoras futuras os principais líderes do processo
de criação e consolidação das Tropas Paraquedistas Portuguesas. A enquadrar
lateralmente, são representados os decisores políticos que a conceberam e
implementaram – à esquerda, Santos Costa, Ministro da Defesa Nacional
(1950/58); na lateral oposta, Kaúlza de Arriaga, Secretário Estado da Aeronáutica
(1955/62). No painel central identificam-se os principais Comandantes atores diretos
do processo. O artista plástico diferencia-os em linhas de tempo distintas
dando profundidade na sua disposição e projetando no ponto de fuga da composição
artística o presente e futuro dos líderes que dão e darão prossecução à
estrutura de forças Paraquedistas. Ao centro identifica-se o Capitão Videira,
brevetado n°1 e primeiro Comandante do Batalhão de Caçadores Paraquedistas
(1956) e do Regimento (1961). À direita deste, no mesmo plano, o brevetado n°2,
Capitão Robalo, leal seguidor do Comandante do BCP enquanto seu 2°Comandante e
sucessor no Comando do Regimento de Caçadores Paraquedistas (1962/71). Em
terceiro plano e enquadrado por estes últimos, o Brigadeiro Almendra, o
primeiro Oficial General da Especialidade Paraquedista da Força Aérea Portuguesa,
no exercício de Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP).
O
material empregue foi propositadamente aço-inox, por este material ser de alta
resistência à corrosão, de fácil conformação, de baixo custo de manutenção e de
forte apelo visual, em analogia à resiliência psíquica e física, flexibilidade
e adaptabilidade das estruturas ao ambiente tático, baixo custo e de grande
impacto visual, que caracterizam as forças paraquedistas.
A
representação:
1 - 1. Fernando dos Santos
Costa (Ministro da Defesa Nacional - 1950/58); 2. Kaúlza Oliveira de Arriaga
(Secretário de Estado da Aeronáutica – 1955/62); 3. Capitão Paraquedista
Armindo Martins Videira (Comandante do Batalhão de Caçadores Paraquedistas –
1956/62); 4. Coronel Paraquedista Mário de Brito Monteiro Robalo (Comandante do
Regimento Caçadores paraquedistas – 1962/71); 5. Brigadeiro Paraquedista Heitor
Hamilton Almendra (Comandante do Corpo de Tropas Paraquedistas – 1977/85).
2. OS HOMENAGEADOS
2 - Fernando
dos Santos Costa (18DEZ1899 – Mangualde / 15OUT1982 – Lisboa).
Completou
o curso de Infantaria da Escola Militar (atual Academia Militar) em 1917. Foi
Subsecretário de Estado da Guerra (1936), Ministro da Guerra (1944), Ministro
do Exército (1954) e Ministro da Defesa Nacional (1950/58). General em 1961.
Considerou
a indispensabilidade de unidades paraquedistas nas Forças Armadas Portuguesas,
tipologia de forças que correspondia às exigências da guerra moderna para missões
que só estas poderiam cumprir. Foi interveniente direto em todo o processo de
estudo prévio e organização das Tropas Paraquedistas. Todas as decisões
relativas à sua criação e implementação foram da sua responsabilidade, da cor
verde para a boina à integração na recém-criada Força Aérea, depois de muito
debate, por considerar que o novo ramo tinha melhores condições para o seu
desenvolvimento.
3 - Kaúlza Oliveira de Arriaga (18JAN1915 – Porto / 03FEV204 – Lisboa).
Completou
o curso de Engenharia da Escola do Exército (actual Academia Militar) em 1939.
Ajudante de Campo do Ministro da Defesa Nacional (1950), seu Chefe de Gabinete
(1954), Subsecretário e Secretário de Estado da Aeronáutica (1955/62). General
em 1968.
Interveniente
direto na criação da Força Aérea Portuguesa e das Tropas Paraquedistas, foi
defensor acérrimo da sua integração neste ramo. Como responsável político pela
Força Aérea assumiu o desenvolvimento das Tropas Paraquedistas e o seu emprego
operacional em África. Foi seu, todo o esforço Hercúleo da conceção e
transformação do Batalhão de Caçadores Paraquedistas em Regimento de Caçadores
Paraquedistas. Concretizou a ideia da constituição do Corpo de
Enfermeiras Paraquedistas e a materialização da capacidade dos cães militares
para apoio a operações militares e segurança de infraestruturas. A sua ligação
afetiva aos paraquedistas foi uma constante ao longo da vida.
4 - Capitão Paraquedista Armindo Martins Videira (19SET1922- Chaves / 10AGO1992 – Cascais).
Concluiu
o curso de Infantaria da Escola do Exército (atual Academia Militar) em 1943.
Em 1951, Capitão, frequenta com o Capitão Mário de Brito Monteiro Robalo, o
curso de paraquedismo militar em Pau (França), tornando-se, respetivamente, o paraquedista
militar português n.º 1 e n.º 2. Em 1955 em Alcantarilha frequenta o “Curso de
Espanha” já como Comandante do Destacamento Português, embrião do Batalhão de
Caçadores Paraquedistas (BCP).
Em 14
de Agosto de 1955 recebeu das mãos do Presidente da República o Guião do BCP na
apresentação das Tropas Paraquedistas à Nação, na Avenida da Liberdade em
Lisboa. Comandou o BCP desde a sua inauguração oficial a 23 de maio de 1956 até
1961 e posteriormente, o Regimento de Caçadores Paraquedistas que lhe sucedeu,
até 1962. Participou no exercício “Himba” (1959) na Guiné, São Tomé e Angola, e
em 1961, nas primeiras operações ofensivas contra a subversão no Norte de
Angola. Deixou o Comando do RCP em 1962, como Coronel, cumprindo depois novas
comissões de serviço no Ultramar (Angola e Moçambique) desempenhando cargos de
natureza operacional e governativa. Promovido a Brigadeiro 1975.
5 - Coronel Paraquedista Mário de Brito Monteiro Robalo (26FEV1921 - Aljustrel; / 21FEV1990 – Lisboa)
Concluiu
o curso de Infantaria da Escola do Exército (atual Academia Militar) em 1944.
Em 1951, como Capitão, frequenta com o Capitão Armindo Martins Videira, o curso
de paraquedismo militar em Pau (França), tornando-se o paraquedista militar
português n.º 2. Em 1953, no mesmo centro de formação, obtém a qualificação de
Instrutor-Monitor de Paraquedismo e torna-se num dos militares precursores na
modalidade de saltos de abertura manual em Portugal. 2º Comandante do BCP desde
a sua criação, assume definitivamente o seu Comando de 23 de junho de 1962 a 15
de junho de 1971, sendo-lhe reconhecido o esforço hercúleo na estruturação e
consolidação da formação ministrada no RCP e no aprontamento dos efetivos
paraquedistas mobilizados para as províncias ultramarinas. Foi sua a
iniciativa da construção do Monumento aos Mortos em Combate em 1968, desde então
símbolo maior da Unidade e da coesão da “Família Paraquedista”.
Promovido
ao posto de Coronel com antiguidade de 01 de janeiro de 1963 (O.A. de 28SET63).
6 - Brigadeiro Paraquedista Heitor Hamilton Almendra (18DEZ1932, Bragança).
Concluiu
o curso de Cavalaria da Escola do Exército (atual Academia Militar) em 1955.
Frequentou o 8º Curso de Paraquedismo em 1960, sendo o Paraquedista Militar
Português nº 479. No Comando de Unidades de Caçadores Paraquedistas cumpriu
comissões de serviço em Angola (1961/63 e 1969/73) e Moçambique (1963/65). Na
Guiné (1966/68) desempenhou funções operacionais no Comando da Zona Aérea. Em
1974, novamente em Angola, foi Comandante Operacional de Luanda e, sendo
graduado em General, foi Comandante-Chefe Adjunto, como Comandante Operacional
das Forças Armadas em Angola até 10 de novembro de 1975, véspera da independência.
Foi
Comandante da Base Escola de Tropas Paraquedistas de 15 de janeiro de 1976 a 13
de novembro de 1977, depois, ainda em 1977, Comandante-adjunto do Corpo de
Tropas Paraquedistas, e seu Comandante em 1978. Promovido a Brigadeiro em 12 de
março de 1980, foi o primeiro Oficial General da Especialidade Paraquedista da
Força Aérea Portuguesa. Sob o seu comando até 1985, materializou o levantamento
e organização do Corpo de Tropas Paraquedistas e da Brigada de Paraquedistas
Ligeira da Força Aérea Portuguesa.
3. O ARTISTA PLÁSTICO,
7 - Alcides Baião Neto (15ABR1964; Remanso, cidade da Bahia, nordeste do Brasil).
Conquistou
em 1990, o 1.º lugar em pintura (óleo sobre tela) num concurso promovido pela
Secretaria de Educação e Cultura da Bahia; convidado a expor no 2.º Salão
Baiano de arte (em Salvador Bahia), viaja para Portugal onde estuda desenho no
Centro de Arte e Comunicação Visual - A.R.C.O. (1990/91). Participa no Workshop
da Galeria Monumental, em Lisboa (1992) e desde então desenha, pinta, e esculpe
a tempo inteiro, vivendo da Arte e para a arte, tendo participado em varias
exposições. Desde março de 2000 tem Exposição em regime permanente, de pintura
e escultura, no Hotel Ritz (Lisboa). Além de incluir obras na coleção privada
deste Hotel, está representado em Galerias e coleções particulares em Portugal
e no estrangeiro, designadamente nos Estados Unidos, Canadá, Suíça e Brasil.
É
residente em Árgea, Torres Novas
4. O MECENATO
O presente memorial foi concebido por necessidade identificada pelo Comandante do Regimento de Paraquedistas, Coronel Infantaria Paraquedista Santos Cordeiro, em clarificar e perpetuar às gerações vindouras o relevante e resiliente papel das entidades nele referenciadas, no longo processo da criação e consolidação da estrutura das Tropas Paraquedistas Portuguesas. A passagem da conceção à materialização da obra artística, somente foi possível graças à livre iniciativa e altruísmo das personalidades abaixo identificadas, as quais, ao abrigo da figura de mecenato enriqueceram em 2021, o património cultural da coleção visitável “Museu dos Paraquedistas” localizado no Regimento de Paraquedistas, em Tancos. Esta obra, no valor de 14.000,00 euros, integra o circuito exterior da coleção visitável das Tropas Paraquedistas que, complementarmente ao monumento aos mortos da unidade, inaugurado a 03 de julho de 1968, são prova efetiva do querer, da mobilização e da coesão da “Família Paraquedista”, ao serviço da preservação da história e cultura coletiva.
João Publicidade, PJB Jordão, responsável pela execução,
montagem e doação dos quadros informativos que complementam a obra exposta.
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